O Parlamento da Eslováquia aprovou um projeto de lei proposto por um partido de direita (Partido Nacional Eslovaco). Agora é necessário que uma religião tenha, no mínimo, 50 mil membros para poder receber subsídios do estado e abrir suas próprias escolas. O islamismo, que tem cerca de dois mil membros, não terá como ter o status de religião oficial em algum futuro próximo.
Foi algo premeditado: "Temos de perceber o que vamos enfrentar em cinco ou dez anos. Devemos fazer todo o possível para que nenhuma mesquita seja construída no futuro", disse Andrej Danko, presidente do Partido Nacional Eslovaco.
Antes disso, o Primeiro-Ministro eslovaco Robert Fico, do partido de esquerda Direction Social Democracy, já havia dito, segundo o site de noticias ABC, que o Islã não tem lugar na Eslováquia. O país também não se esforça para lidar com o afluxo de migrantes de maioria muçulmana, desde 2015.
Ambos acontecimentos são sintomas de uma onda antimuçulmana na União Europeia. Uma espécie de cruzadas "frias" no século XXI. Os ataques de fundamentalistas islâmicos têm dado combustível para intolerância contra muçulmanos na Europa. Aqui no Brasil não é muito diferente. Fundamentalistas cristãos e até mesmo ateus costumam generalizar e tachar todos os muçulmanos de "terroristas".
Projetos de lei deste tipo são antidemocráticos, até porque tratam-se de uma forma de proibir que muçulmanos pratiquem ou propaguem sua religião.
A liberdade de religião, a liberdade de culto e a liberdade de organização religiosa são aspectos importantes da democracia liberal. Uma pessoa pode ter a crença (ou descrença) que quiser e seguir a religião que quiser. O individuo eslovaco tem o direito de ser islâmico e até propagar o islamismo, desde que não ameace a liberdade alheia. Isso é liberdade de pensamento.
O Partido Nacional Eslovaco é um partido de extrema-direita que repudia toda forma de liberalismo político e se diz "defensor das tradições cristãs". O pior é que o partido de Robert Fico está aliado a esses xenófobos e apoiando medidas que ameaçam a liberdade de pensamento.
