terça-feira, 21 de julho de 2015

O inferno existe e localiza-se no Maranhão



O detento Ronalton Rabelo, 33 anos, estava prestes a ser solto no dia 11 de abril de 2013. No entanto, quando seu advogado chegou com o alvará de soltura, foi informado que o detento estava desaparecido há dez dias. O agente de inteligência revelou o que ocorreu com Rabelo: foi desossado. Cortaram seus pés, mãos, cada membro. Tiraram as vísceras, o coração. O detento havia sido assassinado na quadra de banho de sol do presídio, seus pedaços foram colocados em sacolas e distribuídos. Cozinharam-no na água com sal para evitar o odor. Comeram alguns dos órgãos.

Rafael Libório, 23 anos, era outro detento. Ele sumiu no presídio em 8 de agosto de 2014. Seu corpo foi encontrado em 12 de agosto de 2014 dentro de um saco plástico enterrado em um cela do presídio. Foi vítima do mesmo procedimento macabro que sofreu Rabelo: desossado. Cozinhado na água com sal. Vítima de um suposto canibalismo.

O que os dois casos têm comum? Primeiro, ocorreram no mesmo presídio: o Complexo presidiário das Pedrinhas, no Maranhão. Segundo, ambos os detentos foram vítimas - comidos em um ritual - da mesma facção: Anjos da Morte. Barra pesadíssima.

Dizem que esse complexo é o inferno na Terra. Talvez seja até pior. Esse local acumula inúmeras mortes violentas. Decapitações e esfolamentos. O perturbador é que até mesmo mulheres já foram entregues para serem estupradas e assim garantirem a segurança de seus familiares. Os demônios presos lá dentro já mandaram incendiar um ônibus e deixar os passageiros queimando lá dentro. 

Nesse presídio já ocorreram as piores atrocidades já vistas em presídios brasileiros. Segundo o jornalista Leonardo Sakamoto, por trás deste espetáculo de horrores promovido por essas facções há uma ação racional: "demonstrar força para outros grupos ou facções em disputas de poder, questionar a capacidade do poder público para punir, controlar a população que está em seu território de influência, ganhar aquela parte da mídia que divulga fatos de forma acrítica em nome da audiência".

Concordo plenamente. Sakamoto ainda compara as facções ao Estado Islâmico (EI) por causa da publicidade macabra cujo objetivos são os mesmos: controlar a população e afastar os inimigos.

A narrativa horrenda promovida por essas facções têm, infelizmente, dado resultado. O mito cristão nos fala sobre um lugar de tormento chamado "Hades" ou "inferno". A realidade nos fala sobre um local onde há decapitações, estupros, canibalismo e esfolamento. Ninguém chama de inferno, mas está bem próximo de ser. Ou pior. 

Com informações do site da Revista ÉPOCA

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Com discurso anticapitalista, Papa consegue admiração até de incrédulos como eu


Escrito em 10/07/2015



SALVADOR - Desde antes do discurso desta quinta (09/07) quando exortou os movimentos sociais e disse que o capitalismo é uma "ditadura sutil", o Papa Francisco já tinha minha admiração.

Ele é o Papa e eu sou incrédulo, mas com as posturas progressistas que ele vinha demonstrando fica difícil não concordar com ele. Nestes casos a posição religiosa pouco importa. O que importa é que ele compartilha das mesmas visões sociais que eu. Por isso ele tem minha admiração.

Quando li seu discurso na Bolívia, feita nesta quinta-feira, ele só subiu no meu conceito.

Segundo a Folha de São Paulo, ele disse: "Reconhecemos que este sistema impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza?". Isso diante de algumas centenas de representantes de movimentos sociais de vários países com MST, indígenas, sem tetos e quilombolas brasileiros.

Disse ainda que se o sistema prefere o lucro à dignidade humana e à natureza, esse sistema precisa ser mudado. "Uma mudança de estruturas", disse o Papa. Trabalhadores, camponeses, as comunidades, os povos e a "Mãe Terra" não estão mais aguentando esse sistema, disse a autoridade máxima da Igreja Católica.

Outro ponto interessante: Francisco criticou a concentração dos meios de comunicação. "A concentração monopólica dos meios de comunicação social que pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural".

Os protagonistas da revolução seriam os movimento sociais. O futuro da humanidade estaria, em grande parte, nas mãos destes "semeadores da mudança", explicou o Papa.

Segundo Leonardo Boff, Francisco fazia parte da "Teologia del Pueblo", uma versão argentina da Teologia da Libertação, mas que não adere à ideia da luta de classes. Esta teologia tem preferência pelos pobres. O Papa, então, tem o esquerdismo em suas origens. Quem o conhece não surpreende-se com esse discurso.

Seu biógrafo, o jornalista argentino Sergio Rubin, por exemplo, diz que ele não mudou as visões sociais que tem desde a época que era arcebispo. Continua o mesmo, com a diferença de que está mais articulado.

A preocupação de Francisco com os pobres é o que faz alguns paranoicos pensarem que ele é comunista. No entanto, importar-se com os pobres não é sinônimo de comunismo. Isso é pensamento de guerra fria. O personagem principal do Cristianismo tinha, segundo os evangelhos, muita preocupação com os pobres e oprimidos. Seria ele um comunista?

O Papa entende que ajudar os pobres é um dever cristão. É seguir o mestre. O capitalismo prejudica os pobres, não a toa ele pede que isso mude. Não se trata aqui de pedir para colocar comunismo ou socialismo no lugar, como alguns binários pensam. Mas sim de tornar o sistema um lugar bom para todos, sem exceção, viverem. Isso é justiça social.

"A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral. Para os cristãos, a tarefa é ainda mais forte: é um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres e aos povos o que lhes pertence."

Esse trecho vai na contramão de muitos que pensam que ser cristão é ir á igreja com bíblia embaixo do braço e dar dízimo para o pastor. Ou pregar e segregar homossexuais.

O Papa Francisco faz leituras humanistas da bíblia e por isso torna o Cristianismo atraente. Ele tem o meu respeito por isso. Diante dele, mesmo sendo ateu diria o quanto eu o admiro.

Muitos cristãos - sejam católicos ou não - deveriam seguir o exemplo dele. Ser humanistas. Parar de fazer leituras literais e anacrônicas da bíblia, o que torna o Cristianismo uma religião de ódio.

Encerro o artigo com as últimas palavras do discurso do Papa Francisco: "Digamos juntos de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade, nenhuma criança sem infância, nenhum jovem sem possibilidades, nenhum idoso sem velhice digna. Sigam a sua luta e, por favor, cuidem muito da Mãe Terra."

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Porchat, o sensato

O ator Fábio Porchat disse, em entrevista à revista Playboy, que religião na política é atraso, pois não se discute nada por causa dela.

Não se discute legalização das drogas, nem homossexualidade ou sobre casamento gay.

Criticou ainda os opositores da legalização do aborto, que agem como se legalizar o aborto fosse o mesmo que obrigar toda mulher a abortar.

Porchat está totalmente certo.

Fundamentalistas religiosos agem com um medo apocalíptico e exagerado quando essas pautas são colocadas em discussão. Que dirá então quando são aprovadas.

Basta ver como reagiram quando foi liberado o casamento gay nos Estados Unidos.

Teve quem dissesse que a liberação do casamento gay significaria a extinção da humanidade. Como se todo hétero fosse se tornar gay por isso.

É de causar riso.

Acusação injusta na televisão

Era noite, meu vizinho começou a receber sucessivas mensagens em seu Whatsapp. Ao lê-las, foi tomado pelo susto. Soube que seu rosto aparece...