quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O que esperar de Death Note - O musical?


Pôster do musical

Foi anunciado recentemente que um musical de Death Note estará em cartaz entre os dias 6 e 29 de Abril no Nissay Theatre, em Tóquio, no Japão. Eu sinceramente fico temeroso com adaptações de HQs para Teatro. O trauma surgiu no fracasso do musical do Homem-aranha na Broadway. Mas acredito que dessa vez dará certo, Death Note é de um gênero muito distinto do Homem-aranha, nem tem como comparar. Não que um seja melhor que o outro, mas acredito que Death Note seja mais "adaptável" ao Teatro do que Homem-aranha. Além disso, não será qualquer um que irá produzir esse espetáculo.

Frank Wildhorn será o compositor da trilha musical. O cara é bom, foi responsável pelo musical de suspense Jekyll & Hyde, que ficou em cartaz quatro anos na Broadway, e também já compôs para a cantora Whitney Houston. As letras das músicas serão escritas por Jack Murphy, outro grande nome do Teatro. Murphy já trabalhou com Frank e a dupla já chegou a ter sucesso notável na Europa e em outras partes do mundo.

O roteiro será escrito pelo argumentista Ivan Menchell, que já escreveu o filme The Cemetery Club, entre outros que não foram destaque na crítica. Pode se dizer que ele é um argumentista comum, sem muito brilho, mas capaz de realizar um bom show.

O diretor será o Tamiya Kuriyama, que tudo indica ser muito bom. Ele se destacou artisticamente no Japão a ponto de receber uma Medalha de Honra do Governo japonês. 

Kenji Urai e Hayato Kakizawa interpretarão o protagonista Raito Yagami/Kira. O primeiro já participou de diversos musicais e peças de Teatro como Henry VI, uma adaptação da obra de Shakespeare. O segundo costuma atuar mais em dramas na TV japonesa. L será interpretado por Teppei Koike, um ator e cantor de J-pop. Misa Amane será interpretada por Fuka Yuzuki, não consegui informações sobre ela. Nunca vi esses atores citados anteriormente atuarem, então não posso dizer aqui se escolher eles para atuarem nesse musical foi uma boa escolha. Mas torço por eles. 

Em suma, por não assistir muitos filmes e teledramas japoneses não posso me garantir com os atores. Mas os responsáveis pela produção são de qualidade, por isso acredito que esse musical poderá ser um sucesso.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Não sou um escritor dogmático



Eu tenho um próprio código de ética. Ele diz que o escritor, ou seja, eu, não posso me apegar a nenhum dogma - seja religioso, político ou o que quer que seja. Acredito que isso de certa forma atrapalharia meu trabalho.

Não consigo me imaginar escrevendo uma reportagem, uma crônica ou um romance enquanto penso: "oh, não posso escrever isto, senão estarei pecando!" ou "eita, tenho que apagar isso, não quero blasfemar", ou "será que Alah irá se ofender com essa frase?". Ou então não consigo me imaginar escrevendo para agradar determinado grupo que defende tal ideologia política: "tenho que ter cautela, não posso irritar meus camaradas da esquerda" ou "eita, será que meus amigos direitistas não vão se ofender?", "aparento ser de direita ou esquerda escrevendo isto?". Claro que sou de esquerda, mas nem por isso deixo de critica-la e não sou convicto, tampouco busco agradar os esquerdistas com os meus textos.

Dogmas religiosos são um dos maiores inimigos do conhecimento. E impede um bom trabalho. Um repórter evangélico fervoroso jamais faria uma reportagem sobre religiões Afro-brasileiras. Um muçulmano ortodoxo não escreveria nada relacionado a suínos. Nesta barreira para atingir o conhecimento eu incluo até o dogma ateísta. Se eu ainda fosse um ateu estilo Richard Dawkins, jamais enxergaria a beleza literária da Bíblia, do Alcorão, do Avesta, e não conseguiria progredir como escritor.

Dogmas políticos também são um dos maiores inimigos do conhecimento. Um esquerdista fanático político se recusa a ler qualquer pensador de direita - talvez pense que vá se tornar direitista fazendo isso. Um fanático de direita também se recusa a ler qualquer pensador de esquerda, e isso já aconteceu de verdade.

Acho que um escritor deve ser como um filósofo. Livre, desprovido de qualquer dogma, e que busca sempre se inspirar em qualquer coisa: seja na Bíblia, seja no Alcorão. Seja na esquerda, seja na direita. A demonização irracional de todas é retrocesso intelectual. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Esquerda antidemocrática [2]




Engana- se quem pensa que os diversos absurdos ditos para defender ditaduras e o fascínio por arbitrariedade e violência que certa esquerda tem existem apenas na internet. Até mesmo partidos políticos de esquerda considerados "sérios" entram na lista.

Irônico é ver certa turma acusar a direita de ter mentalidade de guerra fria, enquanto na prática se faz o mesmo. Exemplo é um antiamericanismo infantil - herdado da própria guerra fria - que faz diversos esquerdistas apoiarem qualquer grupo que se diga antiamericano, não importa se tal grupo é violador de direitos que a própria esquerda lutou historicamente para que as minorias as tenham. E não apenas o discurso antiamericano joga os esquerdistas para esse lado, como também o discurso anti-imperialista. Claro que o imperialismo deve ser combatido, mas o que esse pessoal faz é demais. E não estou falando de gente boçal falando boçalidades na internet, mas sim de partidos políticos que se dizem sérios. 


Cito como exemplo o PCO - Partido da Causa Operária - que nas eleições apoiou, através de seu candidato Rui Costa, o Hamas - aquele grupo fundamentalista islâmico. Olha só a que ponto chegamos! A esquerda, que sempre combateu fundamentalismo religioso, agora se junta a mesma só por causa de um discurso anti-imperialista. E não apenas isso, tem mais absurdos. Palavras do próprio Rui Costa



"Nós apoiamos a luta do governo do Irã contra o imperialismo, e o governo do Irã é de tipo religioso; nós apoiamos a luta do nacionalismo burguês da Venezuela contra o Imperialismo, e nós somos um partido operário que luta contra a burguesia em todos os lugares; por isso nós temos que apoiar o Hamas. As pessoas se confundem. Se o Hamas é um grupo religioso, não tem a menor importância. Se o Hamas é um grupo que não reconhece os direitos das mulheres, dos homossexuais e outros direitos que eles não reconhecem mesmo, não tem a menor importância. Não se trata absolutamente disso." 

É tipo "o inimigo do meu inimigo é meu amigo". É isso que tem sido a Esquerda no Brasil, e o pior de tudo é que não apenas esse partido, mas outros como PCB, PC do B, PSTU e até gente do PT também declararam apoiar esse grupo fundamentalista.


Absurdos ditos pelo sr. Rui Costa poderiam ter sido dito por qualquer boçal na internet, mas não, foi dito, por um partido político que se diz "sério". Como diz Zizek, com uma esquerda como essa, quem precisa de direita?

Esquerda antidemocrática



Nos anos 1950, diversos intelectuais de esquerda se desiludiram com o Stalinismo e com o Partido Comunista. Nem por isso deixaram de ser de esquerda, mas buscaram dar outra direção a essa ideologia política. Aprenderam com os erros.

Infelizmente, há quem nunca aprenda. Falo da Esquerda brasileira atual, com parte dela querendo persistir no fracasso do socialismo real e tentando defender todo tipo de ditadura de esquerda que existe pelo mundo afora.

Evidência disto é que é praticamente um dogma dentro da esquerda defender Cuba, Venezuela e, em casos extremos, a Coreia do Norte. Se diga de esquerda, ouse contrariar algum desses governos e seja chamado pejorativamente de "Trosko" (ou "Troskista"), Liberal, "new left" ou até mesmo "coxinha". Você não pode se posicionar criticamente contra esses governos, tem que aceitar o dogma sem contestar, ou terá sua "carteira" de esquerdista cassada. Algo semelhante a uma religião.

Um dia vi no Facebook um rapaz dizer que é dever de todo marxista defender a URSS de toda a crítica. Ou seja, não há problematização, estudo ou pesquisa sobre esse finado país. O que há é fé ideológica e defesa cega. Também já vi um stalinista dizer que não se deveria levar a sério as denúncias de George Orwell e Hannah Arendt acerca do stalinismo porque os dois se tratavam de "apenas escritores". Uma tentativa infantil de desmoralizar os críticos, só porque se sentiu ofendido por ter seu "deus" contestado.

Então o esquerdismo brasileiro tem virado um tipo de religião. Não há estudo, há dogmas incontestáveis. Não há crítica, há adoração. "Toda glória ao exercito vermelho!", disse, certa vez, um esquerdista no Facebook.

O pior é que não é apenas isso, há até também o fascínio pela antidemocracia e pela arbitrariedade de governos supostamente de esquerda. Recentemente, o presidente venezuelano Nicolás Maduro mandou prender o prefeito de Caracas com a acusação (sem provas) de que ele estava conspirando contra o governo. Os ânimos dos auto-intitulados esquerdistas foram acirrados nas redes sociais, com gente dizendo "Viva o Chavismo!", "remover os inimigos do povo!", entre outras pérolas.

Ser de esquerda, acredito eu, é ser contra a barbárie e antidemocracia. Esses esquerdistas não são coerentes com sua posição ideológica. Acho até que a Direita tem sido mais coerente que a esquerda aqui no Brasil. Os direitistas saem para pedir golpe militar, isso é um absurdo, mas é ser coerente, até porque a direita é golpista e não aceita perder. 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Beisebol e Eu


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Essa tira do Peanuts basicamente resume a minha infância com o beisebol. Todo mundo que tenha ciência da existência desse esporte sabe o quanto ele é popular nos EUA, mas aqui no Brasil, acho (sim, apenas "acho", pois não tenho dados) que não chega nem a 1% de popularidade. Acredito que grande parte dos brasileiros nem saiba que esse emocionante esporte existe.

Quando eu era pequeno tive meu primeiro contato com o beisebol através de um canal na finada Tv por assinatura "DirecTV". Esse canal só passava beisebol. Me atraiu logo de cara, mas tava difícil entender os jogos.

Tive que aprender as regras para entender, o que acabou acontecendo mais tarde e de uma forma peculiar: jogando video game. E não foi jogando MLB no PS2 com aqueles gráficos fenomenais, foi jogando joguinhos do Nintendo, com gráficos 2D e, salve engano, de 16 bits.

Aprender as regras foi a ponte para me atrair ainda mais a esse esporte. Por alguma razão o canal da DireTV passava mais os jogos do New York Yankees. Resultado: me tornei torcedor desse time.

Chegou um momento nessa minha infância que fiquei tão viciado e fascinado pelo beisebol que queria joga-lo, mesmo de brincadeira. Tentei convencer meus amigos na rua a jogar, consegui, mas a tentativa de jogar foi um fracasso. Depois, ninguém mais quis tentar e aí minha relação com o beisebol virou isso que a tirinha de Peanuts mostra.

Até hoje continuo amando esse esporte. E não apenas acompanho a liga americana, como também a liga japonesa, a canadense e até a cubana, entre outros. Espero um dia virar um repórter que também cubra e escreva sobre jogos de beisebol.

Miyazaki e Charlie Hebdo


Hayao Miyazaki disse que a publicação das caricaturas <i> Charlie Hebdo </ i> foi "um erro".

Em entrevista a uma rádio japonesa, o animador japonês Hayao Miyazaki afirmou que considera as caricaturas do Charlie Hebdo um "erro", pois não se deve fazer caricaturas daquilo que diferentes culturas adoram. Ele ainda afirmou que o semanal satírico deveria abordar apenas a política de seu país. “Em primeiro lugar e acima de tudo, as caricaturas deviam ser dos políticos dos seus próprios países. Parece simplesmente suspeito ir atrás de líderes políticos de outros países”, afirmou.

A análise de Miyazaki é errônea por alguns motivos. A começar que ele se baseou em charges descontextualizadas, o mesmo erro estapafúrdio que muitos aqui no Brasil cometeram. Todas as caricaturas ou charges do Charlie Hebdo veem acompanhadas de um texto. Sem o texto, muitas vezes não há como entender o desenho. Foi por isso que muitos aqui no Brasil não entenderam e acusaram o jornal até mesmo de ser racista.

O grande animador japonês também parece não saber o significado de uma sátira. A sátira não tem fronteiras. Não tem nada de suspeito em satirizar políticos de outro país, isso é algo normal - é humor político. Se tal desenhista tem conhecimento de tal situação política de outro país, por que não deveria fazer um desenho sobre essa situação? 

Se alguém alegar que é porque não se pode desenhar coisas que ofendam outras culturas, então o desenho Peppa Pig deveria sair do ar, pois basta apenas a palavra "porco" para ofender muitos muçulmanos e judeus.

A afirmação sobre ser um erro fazer desenhos daquilo que diferentes culturas adoram é que é um erro. Suponha-se que uma cultura x resolva adorar gatos e venera-los como deuses. Deveríamos parar de desenhar gatos só para não cometer o erro de ofender tal cultura? Vale lembrar que a vaca na Índia é sagrada. Deve-se, então, parar de caricaturar vacas?

Miyazaki é um grande artista e é muito inteligente, mas usou de argumentos fracos para defender sua opinião.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Um ato de Deus



Em Maio, vai estrear na Broadway, a peça "An Act of God", estrelado por Jim Parsons (que interpreta o personagem Sheldon Cooper em The Big Bang Theory) no papel de Deus. 

A sinopse diz que a peça "revela os mistérios da Bíblia ao responder às perguntas existenciais que têm atormentado a humanidade, desde a criação, em apenas 90 minutos". 

Não sei, possivelmente haverá religiosos dando chiliques e até protestando contra a peça - como fizeram com o musical Jesus Superstar. O que será ridículo. 

O fato é que essa dramaturgia pode até mesmo atrair pessoas a quererem se interessar mais pelo cristianismo. Uma peça de teatro consegue ser mais atrativa do que qualquer catecismo e do que as páginas enfadonhas da Bíblia.

A arte consegue explicar os deuses e suas mitologias muito melhor do que os livros sagrados das religiões. Tomo como exemplo a obra "O Evangelho em Breve" de Leo Tolstói, que conseguiu se sair melhor que os próprios evangelhos ao convencer um ateu a se encantar com o Cristianismo. Outro exemplo é a música "Cidadão", composta por Lúcio Barbosa, cuja parte final é uma poesia criacionista que consegue ser mais linda e emocionante que o próprio mito de criação presente no Gênesis.

Deus finalmente fará sua estréia na Broadway e, na pele de Jim Parsons, certamente será um deus muito mais atrativo e engraçado do que o original.

Acusação injusta na televisão

Era noite, meu vizinho começou a receber sucessivas mensagens em seu Whatsapp. Ao lê-las, foi tomado pelo susto. Soube que seu rosto aparece...