domingo, 22 de fevereiro de 2015

Esquerda antidemocrática



Nos anos 1950, diversos intelectuais de esquerda se desiludiram com o Stalinismo e com o Partido Comunista. Nem por isso deixaram de ser de esquerda, mas buscaram dar outra direção a essa ideologia política. Aprenderam com os erros.

Infelizmente, há quem nunca aprenda. Falo da Esquerda brasileira atual, com parte dela querendo persistir no fracasso do socialismo real e tentando defender todo tipo de ditadura de esquerda que existe pelo mundo afora.

Evidência disto é que é praticamente um dogma dentro da esquerda defender Cuba, Venezuela e, em casos extremos, a Coreia do Norte. Se diga de esquerda, ouse contrariar algum desses governos e seja chamado pejorativamente de "Trosko" (ou "Troskista"), Liberal, "new left" ou até mesmo "coxinha". Você não pode se posicionar criticamente contra esses governos, tem que aceitar o dogma sem contestar, ou terá sua "carteira" de esquerdista cassada. Algo semelhante a uma religião.

Um dia vi no Facebook um rapaz dizer que é dever de todo marxista defender a URSS de toda a crítica. Ou seja, não há problematização, estudo ou pesquisa sobre esse finado país. O que há é fé ideológica e defesa cega. Também já vi um stalinista dizer que não se deveria levar a sério as denúncias de George Orwell e Hannah Arendt acerca do stalinismo porque os dois se tratavam de "apenas escritores". Uma tentativa infantil de desmoralizar os críticos, só porque se sentiu ofendido por ter seu "deus" contestado.

Então o esquerdismo brasileiro tem virado um tipo de religião. Não há estudo, há dogmas incontestáveis. Não há crítica, há adoração. "Toda glória ao exercito vermelho!", disse, certa vez, um esquerdista no Facebook.

O pior é que não é apenas isso, há até também o fascínio pela antidemocracia e pela arbitrariedade de governos supostamente de esquerda. Recentemente, o presidente venezuelano Nicolás Maduro mandou prender o prefeito de Caracas com a acusação (sem provas) de que ele estava conspirando contra o governo. Os ânimos dos auto-intitulados esquerdistas foram acirrados nas redes sociais, com gente dizendo "Viva o Chavismo!", "remover os inimigos do povo!", entre outras pérolas.

Ser de esquerda, acredito eu, é ser contra a barbárie e antidemocracia. Esses esquerdistas não são coerentes com sua posição ideológica. Acho até que a Direita tem sido mais coerente que a esquerda aqui no Brasil. Os direitistas saem para pedir golpe militar, isso é um absurdo, mas é ser coerente, até porque a direita é golpista e não aceita perder. 

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