quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Os carros de Nínive


Fico espantado com a velocidade de certos carros em algumas avenidas. Durante o dia são tão rápidos que parecem vultos. Durante a noite parecem cometas de fogo com seus faróis, iluminando tudo que vêem pela frente. Vaga-lumes futurísticos.

Tive um amigo que era fascinado por essas coisas. Acho que ele pensava como eu. Sempre quando ele sumia, o encontrávamos em algum lugar onde dava para visualizar as pistas. Ficava admirando a grande linha negra, o espaço sideral urbano com suas estrelas e cometas.

Segundo a Bíblia, o poeta Naum presenciou algo parecido em Nínive. Mas diferente de mim, ele comparou os "carros" a tochas flamejantes. Naum seria o "meu amigo fascinado" do seu tempo. Aparentemente ficou pasmo e fascinado ao presenciar os "carros" colidindo-se, destruindo-se e de forma tão violenta e furiosa.

Nem tudo é maravilha. No caso de Nínive, os carros se colidiam e se destruíam em guerra. A destruição de carros no mundo de hoje é, muitas vezes, por imprudência. São relâmpagos que chocam entre si. Cometas que se encontram no espaço do luto.

A destruição de carros nos dias de hoje não é um julgamento do Senhor dos Exércitos. Sequer há palácio para ser destruído. Também não há rio algum para se abrir. Trata-se apenas de mais um dia comum em que o imprudente é engolido pelo buraco negro do descuido. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acusação injusta na televisão

Era noite, meu vizinho começou a receber sucessivas mensagens em seu Whatsapp. Ao lê-las, foi tomado pelo susto. Soube que seu rosto aparece...