Comparo isso à Guerra do Vietnã. Vamos supor que os gatos fossem os comunistas e os cães, os soldados americanos. Mas teríamos que considerar que a rua era originalmente dos gatos e que os cães tomaram por um tempo até que os gatos recuperaram.
A batalha campal deve ter sido um espetáculo. Certamente espantou os olhos das janelas, aqueles olhos que fiscalizam e julgam para a coluna de fofoca do dia seguinte. Os ouvidos das paredes esperavam ouvir gemidos, mas tudo que escutaram foram os gritos de derrota dos perros.
A conflagração entre cães e gatos é maior que a batalha dos deuses, pois abalou as estruturas da sociedade, destruiu o status quo, cegando os olhos das janelas e deixando surdos os ouvidos das paredes. A batalha dos deuses incentiva o conformismo - ao invés de incentivar a mudança, quietam-se os mortais até o suposto julgamento.
A nova rua está deslumbrante, não que antes não fosse. Mas agora há cautela. Janelas fechadas, paredes derrubadas. Por incrível que pareça, houve uma guerra benéfica.
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