domingo, 25 de janeiro de 2015

Os demônios




Os revolucionários invadem a casa Ipatiev onde estão o Czar Nicolau II e sua família. Estão lá a mando de Lênin. Estão lá para executar o Czar, que morre sem resistência. Sua mulher também é assassinada. O médico da família ainda resiste, mas sucumbe às balas dos revolucionários. A camareira da imperatriz se esconde no armário, mas é descoberta e também é executada. 

Os revolucionários gritam "morte à burguesia" enquanto caçam um cozinheiro do Czar pela casa. Ao ser encontrado, o cozinheiro implora pela vida, diz não ser burguês, os revolucionários conversam entre si:

- O que fazemos com esse cozinheiro? Ele não é burguês.

- Mata!

- Mas por quê?

- Porque ele é cúmplice do Czar.

E assim o cozinheiro virou mais uma vítima dos revolucionários. Mas será que são mesmo revolucionários? Há quem os chame de golpistas, já que derrubaram uma instituição liberal. Mas é outra história.

Sobrou ainda seis pessoas na casa. O servo do Czar conseguiu balear um dos revolucionários, mas foi morto. Sobraram ainda cinco crianças - um menino e quatro meninas. Os revolucionários não sabem o que fazer.

- E agora o que faremos?

- Mataremos essas crianças.

- Ficou doido? São só crianças, civis inocentes.

- Mata. Não existe civis inocentes na burguesia.

- Mas essas crianças não são ameaças.

- Mata, rapaz! Eu estou mandando. Milhões de crianças pobres morrem diariamente e ninguém diz nada, e agora você dá chilique por causa de fedelhos burgueses?

- Não vejo motivo pra fazer isso. E você acha que matar essas crianças inocentes irá trazer de volta alguma criança pobre que morreu ?

- Chega de conversa, morra, rapaz!

Um revolucionário mata o outro.

- Zirkov mata essas crianças. No contexto revolucionário se pode tudo.

- Diferente do outro, Zirkov é impiedoso - ele fuzila as crianças.

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