sábado, 27 de dezembro de 2014

Platão, repórter e dramaturgo (uma crônica anacrônica)




Na minha visão, Platão além de ser um dos maiores filósofos, foi também um repórter e dramaturgo.


Foi repórter porque cobriu e escreveu o julgamento de Sócrates (Apologia de Sócrates). Dramaturgo pela forma que a escreveu a reportagem - na forma de uma peça. 

Melhor dizendo, Platão foi um repórter literário.

Se fosse nos dias de hoje, deveria ganhar um Prêmio Pulitzer. Pois "A apologia de Sócrates" foi a melhor reportagem da época.

Eutífron, Críton e Fédon não ficam muito atrás. 

Alguns podem até dizer, com alguma dose de razão, que estou exagerando ao dizer que tais obras são reportagens.

Uma reportagem é abordar o assunto com profundidade e extensão, é desenvolver uma sequência investigativa - requer também interpretação, desdobramento dos acontecimentos e abertura de debate. Não encontramos - ao menos, explicitamente - essas características nas obras aqui citadas de Platão. 

No entanto, o fato dele ter acompanhado e descrito o julgamento de seu mestre, mesmo de uma forma literária, isso são características de um repórter e de uma reportagem, respectivamente.

A obra é "oficialmente" considerada uma obra de teatrologia. Ao meu ver é uma das melhores matérias jornalísticas de todos os tempos. 


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